
Paciente em uso de Sacubitril
- Max Alves
- 11 de nov.
- 1 min de leitura
Paciente feminina de 55 anos, portador de insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida, foi recentemente iniciado em tratamento com sacubitril/valsartana (Entresto) após suspensão do inibidor da ECA (enalapril).
Dois dias após o início da nova medicação, o paciente procura o pronto-socorro com aumento súbito e indolor dos lábios e da face, sem prurido, urticária ou dispneia. Nega febre, uso de novos alimentos ou medicamentos além do prescrito.
Qual é o diagnóstico mais provável?
A) Anafilaxia
B) Dermatite de contato
C) Herpes labial
D) Angioedema
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Resposta correta: D) Angioedema
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Comentário:
O quadro clínico de edema abrupto e não pruriginoso de lábios e face, sem lesões urticariformes nem vesículas, é típico de angioedema bradicinina-mediado.
O sacubitril é um pró-fármaco que, após hidrólise, inibe a enzima neprilisina, responsável pela degradação dos peptídeos natriuréticos, mas também do bradicinina.
O acúmulo dessa substância causa vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular — mecanismo central no angioedema.
Quando combinado a inibidores da ECA, que também aumentam bradicinina, o risco de angioedema é significativamente maior, motivo pelo qual é contraindicado o uso concomitante.
Por isso, recomenda-se um intervalo mínimo de 36 horas entre a suspensão de um inibidor da ECA e o início do sacubitril/valsartana.
Mecanismo fisiopatológico
Neprilisina → degrada peptídeos natriuréticos e bradicinina.
Inibição da neprilisina (Sacubitril) → ↑ bradicinina → ↑ permeabilidade vascular → angioedema.

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